domingo, 26 de dezembro de 2010

Batuques


Cinco dias para o começo de um novo ano, e eu aqui sem um rumo certo, sem saber o que fazer direito da vida e ainda nesse calor dos infernos. 
Em dias como hoje, dormir é uma coisa que exige muita paciencia, e realmente é muito dificil resolver onde deitar, se na cama, no tapete, no chão, na calçada ou ainda na grama. E após essa decisão começamos a nossa caçada pela calmaria, os olhos permanecem no meio termo, nem abertos nem fechados, o suor nos desgasta, e raiva toma conta.
As vezes acho que isso acontece com nossas emoções para testar a nossa busca pela paz interior, que muitas vezes não se manifesta em nosso ser e então fingimos possuir uma, ou seja, forçamos uma. Ficamos com um ponto de interrogação na cabeça, cercados por duvidas e mais duvidas. Tudo se passa como um filme, que para no meio, por falta de luz. E então começamos a criar ilusões ou perspectivas para o final, que muitas vezes acabam em decepção. Possuimos um sentimento esquisito e inexplicavel tão de repente, e por não podermos o explica-lo não sabemos o que fazer com ele, vira algo sem nexo, e sem conclusão alguma, então daqui a pouco já estamos brigando por uma coisa qualquer, que aparentemente não chega a ter nada a ver com o centro do assunto.
Tenho vontade de acabar com o silencio, quebrar paredes, andar, fazer alguma coisa que não seja dormir. Por obrigação deito, retiro o sobre lençol, e mesmo assim me reviro tentando me ajeitar de algum jeito e finalmente conseguir dormir. Mas aquela confusão toda batuca ainda mais forte no pensamento, a cabeça já apresenta um ardor, que posteriormente se passa pra os olhos, a garganta fica seca. Começo a pensar no que eu quero e consequentemente no que eu não quero também, mas tudo permanece do mesmo jeito, intacto, é como se eu ouvisse "cheque mate" e não tivesse para onde fujir. Alegria, atitudes, choros, palavras, tudo isso já se passou, mas a dor de saber que há uma chance mínima da parte da alegria e atitudes se repetirem me consome. A imaginação se junta com a fantasia e coexiste, teimando em levar esse sentimento para o próximo ano, insistindo em guardar dentro do peito o que sentimos agora, para um momento quando resolver ser correspondido depois. Segundos, minutos, horas passam e o batuque continua, sem mais nem menos entramos em um certo coma, por congestionamento no pensamento, acumulo de sentimentos, uma reviravolta interior e então adormecemos e por não sabermos a hora do ocorrido, e acordamos como se estivessemos de ressaca sem saber direito se ainda é madrugada, manhã, tarde ou noite.

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